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Estudo da Unicamp cria sensor de baixo custo capaz de auxiliar no diagnóstico precoce de Parkinson

Expectativa dos pesquisadores é que uso seja simplificado como um medidor de glicose. Ferramenta tem potencial para verificar taxa de proteína ligada ao apare...

Estudo da Unicamp cria sensor de baixo custo capaz de auxiliar no diagnóstico precoce de Parkinson
Estudo da Unicamp cria sensor de baixo custo capaz de auxiliar no diagnóstico precoce de Parkinson (Foto: Reprodução)

Expectativa dos pesquisadores é que uso seja simplificado como um medidor de glicose. Ferramenta tem potencial para verificar taxa de proteína ligada ao aparecimento do Parkinson. A Doença de Parkinson afeta a capacidade do cérebro de controlar os movimentos, levando a tremores, rigidez muscular, lentidão de movimentos e alterações de marcha e equilíbrio StockSnap para Pixabay Um estudo da Unicamp desenvolveu um sensor com potencial para mensurar a taxa da proteína ligada à doença de Parkinson no sangue. Criado a partir de uma impressora 3D, a ferramenta foi projetada para ter preço acessível, auxiliar no diagnóstico precoce e antecipar tratamentos, afirmam os pesquisadores. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram "Esse trabalho vem de uma longa data. A ideia era tentar fazer um sensor que fosse barato, fácil de produzir e que desse pra fazer, por exemplo, em escala", afirma o professor do Departamento de Química Inorgânica da Unicamp Juliano Bonacin, que foi o supervisor da pesquisa. Segundo o pesquisador, a expectativa é que o sensor eletroquímico seja simples tanto quanto um medidor de glicose (conhecido como glicosímetro) - que auxilia diabéticos no controle da doença. A pesquisa foi publicada na edição de 27 de janeiro da revista científica Sensors and Actuators B: Chemical. Os testes desenvolvidos nesta etapa utilizaram plasma sanguíneo in vitro. Bonacin afirma que o próximo passo é iniciar testes em pessoas. Para isso, os pesquisadores do Instituto de Química da Unicamp buscam parcerias com universidades com cursos de medicina. A doença de Parkinson afeta a capacidade do cérebro de controlar os movimentos, o que gera tremores, rigidez muscular, lentidão de movimentos e alterações de marcha e equilíbrio. Como funciona o sensor O equipamento pode medir a concentração da proteína PARK7/DJ-1 no sangue. A quantidade média dessa proteína em pacientes diagnosticados com Parkinson fica entre 9 microgramas por litro (μg/L) e 30 μg/L. O sensor eletroquímico da Unicamp foi capaz de detectar a proteína em três níveis de concentração a partir do plasma sanguíneo: 30 μg/L, 40 μg/L e 100 μg/L. A ferramenta foi construída basicamente com um filamento de ácido polilático e com grafeno como material condutor. Três eletrodos foram impressos em plástico com tecnologia 3D. É a partir disso que a taxa da proteína é mensurada. O pesquisador reforça que a taxa de proteína é uma característica que deve ser associada a outras para que o diagnóstico, sempre de responsabilidade de médicos, seja fechado. "Esse é um primeiro passo, mas a ideia de tentar desenvolver uma plataforma que pudesse analisar mais biomarcadores ao mesmo tempo", previu o pesquisador. Facilidade de produção Bonacin explica que o grupo de pesquisadores utilizou impressora 3D porque é uma tecnologia difundida. "Se eu consigo fazer isso no meu laboratório, poderia facilmente replicar para outros laboratórios pelo país afora. Então essa seria a nossa ideia, fazer uma desenvolver uma tecnologia que fosse muito fácil de produzir em escala". "A ideia era tentar desenvolver uma plataforma que pudesse gerar exames na hora e que a gente pudesse achar alguns marcadores pra determinadas doenças. A gente pudesse, em um exame de rotina, pegar uma potencialidade de doença ou uma doença no estágio inicial", completou. A pesquisa, que teve apoio da Fapesp em parte do processo, tem como autora a pós-doutoranda pelo Instituto de Química da Unicamp Cristiane Kalinke. Doença de Parkinson tem cura? A doença de Parkinson atinge 1 a 2% da população mundial acima dos 65 anos e aumenta com a idade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas tenham Parkinson. O Parkinson é uma doença neurológica, que afeta os movimentos da pessoa. Ocorre por causa da degeneração das células que produzem a dopamina, que conduz as correntes nervosas (neurotransmissores) ao corpo. A falta ou diminuição da dopamina afeta os movimentos, provocando sintomas como tremores, rigidez muscular, desequilíbrio. A doença não tem cura, mas os tratamentos disponíveis garantem o mínimo de qualidade de vida para os pacientes. Entre as terapias disponíveis estão: remédios, cirurgia e atendimento multidisciplinar, que podem fornecer alívio e melhorar a qualidade de vida do paciente. VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas