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“A medicina da longevidade deveria ser a missão de todos os hospitais”, diz médica

Abordagem proativa pretende se antecipar aos problemas relacionados ao envelhecimento O que uma pediatra e neonatologista tem a ver com as questões do envelhec...

“A medicina da longevidade deveria ser a missão de todos os hospitais”, diz médica
“A medicina da longevidade deveria ser a missão de todos os hospitais”, diz médica (Foto: Reprodução)

Abordagem proativa pretende se antecipar aos problemas relacionados ao envelhecimento O que uma pediatra e neonatologista tem a ver com as questões do envelhecimento? Talvez essa seja a pergunta mais frequentemente endereçada à médica Tzipi Strauss, professora da Universidade de Tel Aviv e que está à frente da criação do centro de longevidade do Sheba Medical Center, o maior hospital de Israel – que há quatro anos figura entre os dez melhores do mundo. No dia 9 de fevereiro, numa palestra virtual promovida pela National University of Singapore, ela detalhou sua nova empreitada: Tzipi Strauss, professora da Universidade de Tel Aviv: “não vai bastar a medicina ser preventiva, ela terá que ser proativa” Divulgação “Considerando que começamos a envelhecer assim que nascemos, o tema interessa a todos. A menopausa representa um período de aceleração do envelhecimento e eu mergulhei no assunto ao passar a ter problemas para dormir, depois dos 45 anos. A medicina da longevidade deveria ser missão de todos os hospitais, mas os próprios médicos desconhecem os fundamentos que sustentam uma velhice que não seja apenas longa, mas também saudável”. Atualmente, seu trabalho se divide em duas frentes: incluir a disciplina no currículo da Universidade de Tel Aviv e inaugurar no Sheba, até setembro, o Healthy Longevity Center (centro de longevidade saudável) para o grande público acima dos 40. “Queremos mudar o conceito e transformar o hospital numa ‘cidade da saúde’. Com o tempo, tenho certeza de que convenceremos não somente os CEOs sobre a relação entre custo e benefício desta mudança, mas também seguradoras e profissionais da saúde. Tratar as consequências da fragilidade e demências sai muito mais caro”, enfatizou. “Não vai bastar a medicina ser preventiva, ela terá que ser proativa, se antecipando aos problemas e criando condições para que cuidemos do corpo, da mente e das emoções. Mas as pessoas terão que se engajar: não é só fazer check-up ou colonoscopia, é preciso se exercitar, ter uma dieta alimentar saudável e sono de qualidade”. O centro vai focar em quatro áreas que, na avaliação da médica, estão diretamente relacionadas com a longevidade: aspectos cognitivos, sono, fragilidade e menopausa. “Uma abordagem que englobe esses quatro aspectos pode influenciar a forma como envelhecemos”, afirmou. O check-up deve durar entre quatro e cinco horas e a pessoa irá para casa com um monitor do sono. Terá ainda um questionário para completar e o retorno se dará em cerca de três semanas. Com base nas informações coletadas, uma equipe multidisciplinar elaborará um “plano de voo” para ser implementado. A medicina tradicional vê o envelhecimento como uma condição fisiológica na qual ocorrem manifestações de patologias relacionadas à idade. Já a medicina da longevidade entende que é possível realizar intervenções que previnam os fatores de risco associados à velhice. A OMS (Organização Mundial da Saúde) propôs que a década de 2020-2030 tenha como foco o envelhecimento saudável. A própria entidade prega que o objetivo não é a completa ausência de doença, e sim a preservação da capacidade funcional que garanta a independência do indivíduo. É bacana ver alguém de 80 anos correndo uma maratona, mas isso é exceção. A regra deveria ser a oportunidade de todos os idosos serem ativos e se sentirem prestigiados, e não cidadãos de segunda classe.